"Julgamento"
Ah como é fácil julgar Assim num estalar de dedos Revelando em segredos O que queremos ocultar Pois o que julgamos agora É o nosso medo que outrora, Pudesse surgir O lado desumano, irresponsável Ou profano Do nosso próprio existir Então antes de nós É mais fácil atacar As pedras e os versos Que não queremos guardar Em cada intenção Do nosso lado humano Carente, louco Debaixo do pano Fachadas de glória Ocultam histórias De quem não viveu para contar E fracos são esses que se deixam levar... Pois iguais todos somos Lutando e buscando Razões para estar Verbo infinito Que se esconde no grito De quem Tem medo de olhar |
"O Amor"
É díficil falar sobre esse sentimento Que nos esquenta por dentro E confunde emoções Traz a ilusão e a grandeza Tira o chão e a certeza De que sobreviverá a temporais E o amor vêm devagar Assim sem pressa de chegar Nos tornando todos iguais Narra todas as histórias Entre derrotas e vitórias Que pudermos alcançar Enobrece nosso caminho Como se não houvesse espinho Que nos pudesse machucar Dá nos a força e a coragem Para seguirmos nossa viagem Sem pararmos para pensar Que um dia irá se por Como num último amanhecer Amar, anoitecer e morrer. |
"Os Versos" Qual sentido tem os versos Que saem sem se programar Tão impuros e dispersos Precisando aliviar Saber rir da dor Entender que é passagem E as lembranças do amor Servem como uma miragem Que fortalece e nos faz ver Que as derrotas vêm e vão E a persistência do querer Guia nossa intuição E que se abram os caminhos E me deixem desfrutar Essa minha cria ativa Para com ela me expressar |
"Retrospecto"
Olhando o meu passado Encontro em meus braços O teu beijo, teu calor Minha atitude precipitada Me deixou irritada Em renegar-te meu amor Já não ia tão tranqüilo, calmo, contínuo Sem exitar qualquer final Você queria a todo tempo se livrar de mim E ao mesmo tempo me amava, abraçava Confundindo tudo em fim Meu coração já não sentia Que nosso conflito valeria Tantos desgastes emocionais Minha boca era tua Beijava-te toda nua Abraçando os temporais Mas por dentro eu sabia Que depois da chuva, o sol viria Para secar nossos lençóis. |
"Deusa"
Dói não ser deusa Dos mares e continentes Dos sentimentos e ações Dos homens descrentes Saber que o dia irá raiar Após sua morte E que os ventos continuarão A narrar os tempos Outras vidas, outros trajetos Outros acontecimentos Dor prazerosa que traz alivio Deusa dos ares flutuando sem dimensão Na perfeita imagem distorcida Da minha imaginação |
“Temporal"
Tudo em mim é temporal Turbilhão de sentimento Que traz à tona o meu antigo E renova o que há por dentro Tuas mãos, teu encontro Nessa hora inesperada Quando os dados são jogados Tão incertos nessa estrada Quão de mim já é você Nessa mistura visceral Que me enlouquece por saber Que nunca houve nada igual E nem os deuses desse tempo Tem a coragem de dizer Se todo esse sentimento Vai conseguir sobreviver Então me encolho e me permito Ser pequena, ser errante Por saber que o que eu sinto É o que eu sinto nesse instante E que eu possa acreditar Que eu mereça ser feliz Pois eu sei que encontrarei O amor que eu sempre quis. |
“Hoje"
Hoje sinto que eu sou Tão ingênua Tão menina Por acreditar no amor Pois o que era a certeza De ser tanto sentimento Se confunde na cadência Que oscila com o vento Já que o amor só é real Se doer em que o sente Amor próprio, narcisista Que só sabe ser carente E o sonhado desapego Que insiste em me tocar Chega manso, meio azedo Pois não quer me libertar Mas a pura consciência De saber da ingenuidade Já me faz menos menina Para olhar a realidade! |
"Sonho de leões"
Dentro do teu sonho Eu me torno tão real Que leões e leoninos Não nos podem fazer mal E uma estranha sensação De reconhecimento Esculpe a pedra, vagarosa Já moldada pelo tempo Para que na hora certa No momento esperado O coração que bate forte Te coloque ao meu lado E que possamos sempre estar Tão inteiros, conscientes De que tudo que existe Se encontra no presente E se o futuro nos deixar Preservar o sentimento Esse sonho de leões Será presente todo tempo. |
"Sua que sou eu"
Entendo o que sentes porque sinto Que sou um pouco eu errando a mira E tanto que se fosse menos isso Seria a perfeição de uma mentira Entendes o que eu sinto porque sentes Que muitos dos defeitos duradouros São causa e conseqüência do momento Quando voltas a errar sem mais pudores Pois somos tudo e nada, nada e tudo Trancadas nas ciladas da história Que insiste em ser fulgás e amorosa Loucura de uma vida sem memória E o amor nos leva longe e nos conduz `A entrega de uma calma provisória Pois tudo vale só por um momento O eterno dissabor de uma vitória E glória é estar nesse teu mundo Na cama e no calor de tua essência Mistura de sentidos que alucina Loucura que me tira toda ausência Por ti só não posso não ser eu Pois foi por quem tu se apaixonaste Se mudo para dar te esse prazer Te perco pois me entrego a ser covarde E nessa luta quero ser tua heroína E por vezes assumir que sou errante Chorando quando é dura a batalha Sorrindo por saber que é um instante Pois tú és ainda o que procuro Na vida, no escuro, na estrada Nos dados que nem sempre são exatos Pois erram muitas vezes a jogada E por ti quero viver e ser feliz Brincando de errar e de aprender Tentando encontrar no que perdi Uma outra nova forma de viver (2005) |
"O Começo"
É tão doido constatar Como somos tão iguais Sendo homens ou mulheres Não passamos de mortais E cada um em seu trajeto Rumo a esse indefinido Traz seu traço, seu afeto E seu desejo proibido E o amor é um crescente Como as fases dessa lua Que vem manso, oscilante Sem tecer verdade crua Mas eu sei, eu bem conheço Que o amor vira paixão Quando a ausência se faz viva Enlouquece o coração E eu atendo seu pedido E me ausento lentamente Assim como faz a lua Quando nova no poente E quando os corpos se unirem Novamente com saudades Todo amor que estava oculto Se tornará realidade... |
“Consciência"
Meu coração sofre Por ter a consciência De que a força que preciso Se esconde na carência De querer ser tão amada Sem freios e precedentes Um amor enlouquecido Que precisa estar presente E eu paro e me pergunto Para que ser tão amada Por alguém, que não eu Para seguir minha jornada No final somos nós mesmos Nus e sós pelo caminho Com amigos e amores Caminhando tão sozinhos E eu preciso encontrar Essa força interior Que me faça desligar Do que me faz sentir pior E nesse encontro equilibrado Entre eu e o universo Eu permito me amar Para ser amor completo! |
"Liberdade"
Amo tanto te amar pois és fâ da liberdade E sem ela somos nada Somos sós pela metade No momento que sentimos Que o amor é obrigação O desejo enrustido Vai para outra direção Voa alto pelos ares Sem querer jamais pousar Sai buscando nos olhares A chance de se realizar E nessa busca incessante Por achar o ideal Nos perdemos no caminho Entre o que não é real Então invisto na certeza De que o amor é liberdade E continuo te amando Amor livre de verdade |
"Chuva "
Enquanto a chuva cai Varrendo a escuridão Meu coração já vai Em outra direção Pensando nos seus olhos Tua boca, teu olhar Que tanto me envolvem Querendo te encontrar E a chuva cai narrando Em seu tempo desigual E a chuva vem chovendo Lavando todo mal Lembrando das histórias Que a chuva já narrou Trovões com tantos raios Que a noite iluminou E quando eu paro e penso No que ainda está por vir Eu vejo a chuva linda Deixando a flor florir... |
" Criações"
Eu tenho a consciência De que sou A criação de uma mente Que me imaginou E como criadora Também tenho consciência De que tudo que eu invento Vêm da minha experiência Aí paro e me pergunto Se o que eu crio também crê Que uma mente criativa O fez aparecer Como se antes fosse nada Em uma página vazia Que a mente fértil e louca Fez virar poesia Mas talvez minha pergunta Nunca seja respondida E minha mente curiosa Será sempre induzida A acreditar que todos somos Frutos da criação De uma mente muito louca Cheia de imaginação |
"Aqueles dias"
Existem dias Que sabemos dar e receber Que amamos Por existir e por saber Que a vida Está aqui para viver Existem dias Que qualquer atitude faz doer Magoa dentro sem querer Porque no fundo só queremos Ser amados sem sofrer E não basta os desafios que virão Agora ou em outra ocasião Viver é ter que lidar A cada momento, sem cessar Mesmo que eu me sinta despreparada Um pouco só, caminhando nessa estrada Que eu não sei onde vai dar Mesmo que eu me sinta vitoriosa Destemida e um pouco corajosa Ainda assim tenho tanto a trilhar E nesse caos que traz confusão Me recolho em minha solidão E reconheço que o desafio é só meu E já que não posso mudar o mundo Mudo meu olhar e nesse segundo Uma magia aconteceu. |
"Nessa Estrada"
A minha estrada Segue o tempo Onde faço escolhas Na minha morada Reside o templo Onde construo as coisas Me sinto perdida Andando e voltando Sem direção O rumo da vida Incerto e coeso Da intuição Aceito a derrota Pois nela reside A reconstrução Muralhas caídas E sonhos vagando Com medo do não E quem me garante Que sucesso e grana Nos fazem feliz Eu sei que o engano Por mais que profano É a escolha que eu fiz E nas inconstâncias Trazidas dos ventos Eu sei que não sou A mesma pessoa Um dia moldada Que alguém fabricou E não me resta outra coisa A não ser encarar O que não se formou Metade confusa Metade convicta Do que me restou. |
“ Maturidade “
Eu hoje questiono o que me tornei Envolta em sonhos que tanto sonhei Agora mulher que o tempo esculpiu Menina teimosa que admitiu Que deve soltar o desejo Entender que existe um preço Da escolha que um dia eu fiz Escolha ingênua de ser tao feliz Assim como a rosa que exala Em sua verdade sua cor Verdade tão nua e tão clara A simples fragrância de amor E ai só me resta aceitar E seguir o caminho da estrada Que existe sem ter que pensar Pois há anos já foi trafegada E eu simplesmente só sou Mais um que caminha pensante Tentando induzir em meus planos O sonho de ser importante A ponto de realizar O que a menina ingênua queria Fazer dessa vida deleite Para tudo virar poesia E mesmo que eu me afaste Do sonho aéreo da arte O resto que sobra de mim Flutua em alguma parte |
"Retrospecto racional"
E no meio do caminho Eu me sinto tão perdida Imersa em tantas névoas Furacões e despedidas Que chacoalham e abalam Meu sistema corporal Me trazendo tão para dentro Num retrospecto racional E o silêncio é evocado Pela voz que já não fala Submissa e compreensiva Grita alto quando cala E perder me faz soltar Essa gana de querer Que o mundo aconteça Da forma que eu quero fazer Então me fecho em minha concha E assisto a vida correr Esperando novamente Que ela me deixe acontecer... |
"Desencontros"
Existem encontros estranhos Que chegam sem avisar Movendo moinhos de ventos Que chacoalham as ondas do mar Nos trazem certeza e medo De que vieram para ficar Mas seus desencontros tamanhos Nos fazem duvidar E ai eu sigo sozinha Amando por amar pois sou amor em pessoa Voando até encontrar... O amor que eu sinto em seus olhos Já me fazem repensar Se és o amor que procuro Quando te sinto oscilar Já que se for amor Deve persistir Aos terremotos e furacões E nunca desistir Então te deixo ir embora Te agradeço por deixar te amar O verbo infinito vigora Amar, amar e amar! |
"Passageiros"
Olhamos a vida por dentro de um muro Visão limitada, de um porto seguro Que nossa cultura nos faz aprender O inverso trajeto do que deve ser Pois somos passagem para o desconhecido Que ofusca a verdade do que nos foi dito Ilude e prorroga a dor que um dia Se fosse aceita seria alegria Então eu prossigo para um dia encontrar A calma sentida do meu próprio sonhar No fundo a resposta se encontra tão dentro Que confunde a verdade de meu sentimento Já sei o que importa, não vou me julgar Meu erro humano me faz viajar Na fé que eu tenho e que só pode ser minha Me fecho e prossigo e o tempo caminha. |
"O ideal"
Hoje me perco em meu próprio querer Que ofusca as perguntas que quero fazer Já que essas respostas que encontro sozinho Indicam e narram meu próprio caminho Te quero e me iludo no meu ideal Te amo querendo que seja real Mas sei que não posso e nem tenho o direito De exigir que o amor seja só do meu jeito E é sempre essa tal de expectativa Que traz desconforto, que traz frustração O ego confunde e a mente vencida Guerreia sozinha pela contramão Entendo o amor que sentes por mim Entendo que sentes e que não quer ver o fim E por isso me perco nos meus sentimentos E me sinto criança pedindo ao tempo... Me faça mais forte capaz de entender Que a minha vontade tambem pode ver As coisas rolando do jeito que são Sem dor nem remorso, nem medo do não. |
ACEITAÇÃO
E assim a vida trouxe Já não cabe contestar A maré é muito forte E não há meios de nadar Então deixo a natureza Sempre sábia conduzir Nas correntes a certeza De que é preciso evoluir E eu sei chegou a hora Já não posso prorrogar O boicote de outrora Aqui já não tem lugar E sem mágoas nem rancores E muito menos julgamentos Me liberto por inteira Para seguir ao som do vento Pois a vida me exige Torna-te logo quem tu és E não fuja novamente Já que sabes o que quer Veja os nãos pelo caminho Como um alerta que te diz Não desista dos seus sonhos O sim vêm se persistir E a vida está aí Para a gente interpretar Alegria ou tristeza É só uma forma de olhar... |
"DESABAFO"
Nunca tive a pretensão Nem tentei ser tão correta Sempre andei na contramão Procurando a minha reta Pois eu sei somos semblantes De um olhar particular E o meu é simplesmente A minha forma de olhar E é tão louco constatar Que envolto às diferenças Nós humanos repetimos Nossas próprias semelhanças Porque somos resultados de essências já vividas quando nossos antepassados conduziram suas vidas Sem saber se era certo O caminho que tomaram E seguiram caminhando Nesse passo involuntário De viver, de ser feliz De querer realizar A razão de estar aqui Sem saber onde vai dar E no fim talvez não importe a resposta desejada no caminho descobrimos que as perguntas são estradas que nos fazem perseguir as escolhas que fazemos e julgar não cabe aqui é no erro que aprendemos E entre erros e acertos E desejos individuais Todas essas diferenças Torna todos nós iguais |
"Papel em branco"
E o papel em branco aceita O que a mente fértil imprime Devaneios de existência onde o nada se define Sou o vento que se aquieta Ofuscando calmaria Quando em mim não cabe nada E o silêncio silencia Mas a mente grita alto E seu eco faz chover Trovões e tempestades Pro vazio se derreter |
Presente ausente
Quanto tempo nós perdemos procurando encontrar o oasis de um momento que o futuro nos trará como se logo adiante existisse a solução que acalme nossa busca pela eterna perfeição e assim ignoramos que só temos o agora pois futuro é incerteza e o passado é história |
"Amar"
Penso que o amor é como rajada de vento nas águas que esculpem as rochas é ócio e movimento Penso que amar é pura intuição Entrega e sobrevivência contato e proteção penso que o amor é como o ciclo lunar crescente até lua cheia tornando de novo a minguar Penso que amar é verbo em construção exige que haja entrega e siga uma só direção |
A Mira
O desejo erra a mira em sua busca acelerada quando ofusca na mentira a verdade indesejada É mais fácil não olhar para a dor que se revela e ai cerram se os olhos disfarçando as mazelas Mas nao há como fugir dessa tal realidade que resurge transparente e nos faz sentir saudades De outros tempos, outras horas que o amor acontecia sem esforços, sem tristeza ria solto e fluia Já não sei mais quem eu sou tão perdida, tão distante que em seu sonho acreditou no desejo incessante E então eu me recolho pois eu sei reconhecer que meu próprio desamor fez meu mundo se perder |
"Livres prisioneiros"
Se pararmos para pensar não sabemos quase nada somos livres prisioneiros de passagem nessa estrada e chegamos sem respostas desprovidos de sinais que orientem nossos passos tão humanos e mortais e aí nao há escolha só nos resta caminhar desbravando os mistérios que não cessam de chegar e a charada se esconde em cada forma de olhar decifra-me ou devoro-te viva ou deixe se matar |
"Confrontos"
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"A busca"
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Deixar...
Te deixo ir e vou seguindo Morrendo um pouco para renascer A dor que sinto é desespero dor que não aguenta mais doer Amor eu fui tão persistente lutei até minha exaustão acreditei que o amor bastava ingenuidade da paixão E sigo em frente tão perdida por ter que olhar e admitir que a resposta tão sonhada não cabe a mim mais decidir E foi tão forte e verdadeiro e eu sei a dor ainda vai passar E esse amor que nós vivemos de alguma forma vai ficar Te agradeço por ter me dado momentos lindos de amor eu te agradeço por ter ficado na minha história para onde eu for |
Linha tênue
Viver é estar sempre atento Às armadilhas da mente Que cegam e trazem conflito Ofuscando o tempo presente Viver é driblar nossos medos Que trazem a perda da fé E faz com que persistamos Naquilo que já não mais é Viver traz em si a resposta Que nossa mente afronta Pois a cada passo adiante O manto da morte nos ronda E sabendo que a perda é real e que faz parte de nosso viver por que não soltar e deixar a vida acontecer e nessa linha tênue entre a guerra e a paz somos meros passageiros à procura de algo a mais |
Acostumar...
É estranho, de repente não saber mais de você nem de como foi seu dia e quando a gente vai se ver O costume nos ilude com a falsa sensação de que a vida se repete numa mesma equação mas o tempo muda tudo e nos faz ter que criar uma nova estrutura pro presente se bastar E o tempo vai narrando pois assim é feita a vida entre dores e prazeres entre encontros e despedidas... |
A VIDA É CURTA
A vida é tão curta Pra prorrogar Dores que outrora Tentei encarar Pois hoje percebo Que o amor é magia Essência que exige Entrega e alegria Te peço que aceite Que esse é meu tempo Pois o novo exige Um distanciamento E quero que saiba Que sinto saudades E também acredito Em nossa amizade Mas vamos deixar Que a magia do tempo Traga e renove Um novo momento |
"A VOZ E A VEZ"
As vezes a voz cala
Pois não é hora de falar
A voz, as vezes fala
Pois precisa se expressar
As duas caminham juntas
De formas separadas
A voz sempre tentando
Sua vez de ser falada
E eu no meio delas
Me torno indiferente
E aguardo a minha vez
De ser uma voz presente
As vezes a voz cala
Pois não é hora de falar
A voz, as vezes fala
Pois precisa se expressar
As duas caminham juntas
De formas separadas
A voz sempre tentando
Sua vez de ser falada
E eu no meio delas
Me torno indiferente
E aguardo a minha vez
De ser uma voz presente